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SE ESSA ESCOLA FOSSE MINHA... A ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E O GRUPO DE CRIANÇAS EM CONTEXTO ESCOLAR

Renata Provetti Weffort Almeida PUC-SP
 
renataweffort@click21.com.br
Agência financiadora: CAPES

RESUMO: O objetivo central deste texto é apresentar os resultados obtidos na pesquisa que culminou na dissertação de mestrado Se essa escola fosse minha... Organização da Educação Infantil e o grupo de crianças em contexto escolar, defendida no programa de Educação, História, Política, Sociedade, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo-PUC-SP, no ano de 2009; teve por objetivo investigar as ações e relações entre crianças na educação infantil, buscando compreender como elas lidam com os padrões promovidos pela escola e as maneiras a partir das quais ocorrem as interações entre elas. Como no presente estudo as crianças tem importância central, tal escolha gerou a necessidade da busca de estudos que auxiliassem na reflexão sobre a infância e a definição da criança como ator social; daí a aproximação e integração ao grupo de pesquisa "Sociologia da Infância e Educação Infantil". Para uma educação que atenda as especificidades da infância faz-se necessário o reconhecimento das crianças como atores sociais. Portanto, minhas indagações recaíram sobre o desenvolvimento do trabalho com crianças pequenas na escola pública a fim de entender quais os espaços de interação entre elas. Assim, este estudo buscou contribuir para o reconhecimento das crianças como atores sociais, em defesa ao direito legítimo à Educação Infantil pública que respeite as especificidades da infância. No que tange aos aspectos metodológicos, escolheu- se como proposta de investigação a observação em salas de aula de Educação Infantil numa escola da rede Municipal de Educação da cidade de São Paulo. Acredita-se que a observação das relações estabelecidas no grupo de crianças - brincadeiras, conversas, comentários e expressões durante as atividades escolares - permitiram coletar elementos que ajudaram na compreensão de como se dão as relações entre as crianças em âmbito escolar e do contexto social ao qual pertencem. Foram realizadas 48 horas de observação em cada uma das turmas pesquisadas, totalizando 96 horas. O referencial teórico teve como base estudos originários da sociologia da infância, que partem da premissa de que as crianças são sujeitos ativos da sociedade e não apenas reprodutoras da cultura e do mundo adulto, como Sarmento (2007), Corsaro (1997) e Ferreira (2004) e da sociologia da educação, como Michael Apple (1999) e Gimeno Sacristán (1999); Os estudos de Narodowski (1993), Infância e Poder e de Gimeno Sacristán (2005), O aluno como Invenção, auxiliaram na compreensão dos processos de institucionalização da infância e das relações de poder que permeiam a história da escolarização moderna. Foi possível coletar dados representativos, por mostrarem como as crianças encontram brechas na estrutura para brincar, conversar e se divertir. Assim, apesar da escola, as crianças, por meio de suas ações sociais com seus pares criam um contexto paralelo, ou seja, atribuem outros sentidos aos materiais e às propostas das professoras.
 Palavras-chave: organização escolar, educação infantil, infância e crianças.

Texto completo disponível em: http://www.gpime.pro.br/grupeci/adm/impressos/trabalhos/TR56.pdf
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FONTES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
Antonietta d´Aguiar Nunes
Resumo
O trabalho começa ressaltando o grande desenvolvimento que a História da Educação tem tido no Brasil nos últimos 40 anos, em razão, sobretudo, das pesquisas originadas em cursos de pós-graduação em educação. Por esta razão, torna-se importante discutir a questão de Fontes para História da Educação. Relaciona alguns trabalhos que já o fizeram e passa a conceituar o que seja fonte, fonte histórica, segundo vários historiadores, e fala da sua classificação em primárias e secundárias. Passa então a tratar das fontes para a História da Educação, entendendo educação no sentido amplo e não apenas a nstrução formalizada em instituições escolares. Relaciona especificamente as possíveis fontes documentais escolares. Em seguida, mostra como o pesquisador constrói suas próprias fontes, de acordo com o problema estudado, que podem, depois de encerrada sua pesquisa, ser custodiadas por alguma instituição que as ponha à disposição de outros pesquisadores. Conclui dizendo que o historiador da educação precisa também conscientizar administradores, professores, funcionários da educação para a importância de preservar e organizar a documentação referente a assuntos instrucionais, para que se possa no futuro dispor de fontes fidedignas para a História da Educação.