domingo, 7 de novembro de 2010

O brincar na educação da Infância

                     Tatiani Rabelo Lapa, aluna do curso de Pedagogiada UNIFAL, bolsista FAPEMIG

O brincar é uma atividade vital na vida da criança, uma vez que desenvolve a imaginação, a interação, a curiosidade e o movimento.
Neste sentido, o brincar é uma atividade social que tem a especial característica de permitir a construção e reconstrução das relações sociais, culturais e históricas. É uma atividade cognitiva, em que todos os sujeitos se socializam com seus pares e criam suas culturas infantis. As crianças, ao brincar, entram em um mundo de fantasia onde tudo se torna possível, criam, reproduzem e reiteram cada brincadeira, recomeçando sempre porque o tempo da criança é sem medidas, continuamente reinvestido de novas possibilidades, um tempo capaz de ser sempre reiniciado. Estes fatores fazem com que para as crianças os brinquedos acumulem significados atribuídos não só pelo indivíduo que com ele brinca, mas também por várias gerações e povos, ao longo da história da humanidade. Ao mesmo tempo, as brincadeiras e os brinquedos como mediadores da relação do homem com o mundo, modificam a percepção e a compreensão, constituindo-se ferramentas para aprender a viver. Ademais, quando a criança brinca com um objeto ou com outras crianças ela se apropria de cultura, cria, dá sentido para aquilo que está recebendo e reproduz. Dessa forma, toda socialização pressupõe apropriação de cultura. Quando acontece a socialização da criança, a brincadeira aparece como uma parte da atividade na qual ela se apropria de códigos e se integra à sociedade. O brincar é a primeira atividade social da criança, vem da cultura e não da natureza, elas aprendem pela interação, pela troca. Ele não é inato, ainda que tenha elementos naturais, sendo sempre o resultado de uma construção social. A criança aprende a brincadeira no simples ato de brincar, ou seja, o adulto estimula o ato e progressivamente a criança entra na brincadeira do adulto, na qual ela inicialmente é o brinquedo e depois o real parceiro.
Sendo assim, convidamos todos os educadores e pesquisadores que investigam o universo infantil e que acreditam que a criança é um ser capaz, que possui competências e autonomia diante do mundo em que vive, enfim aqueles que respeitam os direitos das crianças, a começar pelo direito do brincar a conhecer o Laboratório de Brinquedos LABRINQ da Universidade Federal de Alfenas-MG.
Para saber mais:
CRUZ, Sílvia Helena Vieira ( org.). A criança fala: a escuta de crianças em pesquisa. São Paulo: Cortez, 2008.
CORSARO,W.A. A reprodução interpretativa do brincar. Revista Educação, Sociedade e Cultura, Universidade do Porto. Porto, Portugal, n,17,2001
CURTYS, Andrey. O brincar em diferentes culturas e em diferentes infâncias. In: MOYLES. Janet R e colab. A excelência do brincar: a importância da brincadeira na transição entre educação infantil e anos iniciais. Porto Alegre: Artmed, 2006, p, 39-49.

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